Belo Campo: Fundação da nossa cidade

Praça João Ferreira
Desde sua adolescência Napoleão Ferraz conhecia a região antes denominada de 'Chapada das Cacimbas', mas foi somente no ano de 1906, que o senhor Capitão Napoleão Ferraz de Araújo, proveniente do 2º Distrito de 'Bom Jesus do Tremedal', Distrito de São Felipe (O Distrito de São Felipe durante algum tempo pertenceu ao Termo da Imperial Vila da Vitória), que a essa época pertencia à Comarca de Condeúba, regressou para essa região com o intuito de fundar uma cidade com novos padrões de vida, onde a paz, a segurança, a educação e o bem-estar movimentariam o cotidiano de seus habitantes.

Residiu durante algum tempo na Fazenda do 'Bom Jardim' antiga propriedade do Coronel Antônio Ferraz de Araújo Catão e que na ocasião, por força de testamento pertencia a sua viúva Zeferina Maria Ferraz de Oliveira. Essa a casa residencial de Zeferina encontrava-se junto da margem direita da atual estrada estadual BA-265, entre os quilômetros 28 e 34.

Napoleão Ferraz de Araújo conhecia bem a região da 'Chapada das Cacimbas' e da 'Vereda' (Mato Cipó) onde moravam muitos de seus parentes (Isabel Lopes Ferraz de Araújo (Isabelinha), Coronel Pedro Lopes Ferraz de Araújo, David Ferraz de Araújo, entre outros), e, alimentado por secreto desejo e sonho, ADQUIRIU A FAZENDA DO 'BOM JARDIM' e várias outras propriedades da Fazenda Vereda e inclusive a terras no lugar denominado 'Cacimbas', de Zeferina Maria Ferraz de Oliveira e quis fazer da pequena e tranquila 'Chapada', uma cidade – a cidade de seus sonhos – Belo Campo, como assim denominou o extenso, o plano e o verde planalto.

(Transcrição parcial da escritura de compra e venda da Fazenda “Bom Jardim”).(...) SAIBAM quantos este público instrumento de escritura de compra e venda virem que no ano civil de mil novecentos e sete, aos onze dias do mês de outubro do dito ano, na Fazenda do Brejo deste Distrito de Paz de São Felipe, ai fui vindo a chamado da Senhora Dona Zeferina Maria de Oliveira, viúva de Antônio Ferraz de Araújo Catão e do Capitão Napoleão Ferraz de Araújo domiciliados do 'Bom Jardim' do termo da Conquista, um e outro, conhecidos de mim Tabelião e, das testemunhas abaixo nomeadas e assinadas, de que dou fé; e por ela Dona Zeferina Maria de Oliveira, me foi dito que, sendo senhora a justo título e possuidora da Fazenda do 'Bom Jardim', com uma casa de morada com uma porta e quatro janelas na frente, com um compartimento que contam aparelho montado e já estragado, de fazer farinha de mandioca, mais duas casinhas de arrancharia, dois currais, uma manga velha anexa a casa de morada, em cuja manga existe dois tanques de aguada permanente, uma capineira (ilegível) ocupada de capim grama (as) quais já foram manga cercada; uma parte das terras de quatro contos e cinquenta mil réis de avaliação na Fazenda da Vereda, Município da Conquista; um tanque no lugar denominado Cacimbas, Fazenda da Vereda; umas roças de mandioca e uma manga velha empastada de grama, com um tanque no lugar denominado Saco, Fazenda Vereda e uma manguinha empastada de grama, com tanque em uma lagoinha no lugar denominado Lagoinha, Fazenda da Vereda, estes benefícios ou benfeitorias são todos encravados na Fazenda da Vereda do Município e termo da Conquista, Estado da Bahia; vende ao outorgado Capitão Napoleão Ferraz de Araújo pelo preço e quantia de dois contos de réis, que declarou haver de antemão recebido em moeda corrente, transmite à pessoa do comprador toda posse, jus, domínio, servidões ativas que exercia em as ditas propriedades para que as considerasse sua, que ficam sendo de ora em diante, podendo delas tomar posse quando queira, independente de autoridade de justiça, e lhes dá plena e geral quitação do valor do contrato supracitado (...).
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Foi, e com razão, que os antigos mercadores e viajantes elegeram a antiga 'Chapada das Cacimbas', como ponto de apoio às suas viagens e foi, também, com perspicácia e muita visão que Napoleão percebeu que o lugar constituía, dentro do contexto geográfico da região, um lugar estratégico de confluência para ir e chegar das regiões que hoje constituem os Municípios de Caraíbas, Tremedal, Anagé, Maetinga, Aracatú, Brumado, Cândido Sales (via Quaraçu e Lagoa do Timóteo), Piripá, Jânio Quadros, Condeúba e ao norte de Minas Gerais, como também ir para Vitória da Conquista, Salvador, Itabuna, Ilhéus e outras regiões..
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Vê-se, portanto, que o lugar escolhido por Napoleão Ferraz para fundar uma cidade oferecia grandes meios de integração regional, social e comercial.
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Belo Campo desenvolveu-se a partir da inauguração de uma casa residencial (Essa casa ainda existe, infelizmente, ela teve sua fachada reformada, descaracterizada por reforma ocorrida nos anos 50. Alterando assim, o mais valioso patrimônio histórico de Belo Campo) e comercial (1907), que Napoleão Ferraz construiu na atual Rua Cícero Ferraz, e também da edificação de uma Igreja dedicada a São Sebastião, também construída por ele, a pedido de Zeferina Maria de Oliveira e inaugurada no dia 20 de janeiro de 1908, Dia do Padroeiro São Sebastião.
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Desse ano em diante, Napoleão começou a traçar ruas e praças que, aos poucos começaram a serem ocupadas por moradores da região, através de compras ou por doação de lotes, pois havia interesse de iniciar ‘uma cidade’.
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No ano de 1911, Napoleão constrói uma nova casa, bem maior e com salão comercial ao lado, na atual Rua Honorina Dantas (Parte dessa casa ainda é existente, a outra parte foi totalmente descaracterizada para fazer ali uma loja comercial, perdendo assim um dos mais valiosos patrimônios da História de Belo Campo), onde após a sua morte seus descendentes residiu por muitos e muitos anos.
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O Capitão Napoleão Ferraz de Araújo, desejando deixar para a posteridade um retrato escrito do início da cidade de Belo Campo, remeteu à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, uma 'carta-relatório' no ano de 1914 descrevendo a cidade, seu comércio, sua sociedade e as condições climáticas, pastoris e agrícolas entre outros relatos. Abaixo,
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BELO CAMPO
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Reprodução da carta enviada à Biblioteca Nacional de Napoleão
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(É óbvio que a carta-relatório foi escrita na ortografia antiga, o que nos obrigou a fazer, apenas, pequenas correções ortográficas e gramaticais, não desvirtuando em absoluto o texto original).
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“Com a denominação supra, tenho conseguido fundar um grande burgo (Povoação de certa importância, menor que cidade) que descansa numa vasta planície do Município de Conquista do Estado da Bahia, no qual, já se tem construído centenas (Napoleão poderia estar se referindo as casas residenciais e comerciais da Sede da Vila e das muitas fazendas vizinhas, a menos de uma légua da Vila) de casas essas bem alinhadas e higiênicas ruas, boa feira, Igreja, música, imprensa, uma Sociedade Mútua Construtora que já tem edificado muitos prédios, grande centro agropastoril (Aqui se percebe certo exagero, possivelmente Napoleão gostaria de trabalhar para a região ser um 'Grande Centro Pastoril'. Os gados bovinos, caprinos, cavalares e ovinos sempre foram uma constante na região, sendo encontrados registros de 'Marcas de Fogo', relativo à região de Belo Campo, desde 1893, conforme consta nesses livros, no Arquivo Municipal de Vitória da Conquista), casas com máquinas montadas para o beneficiamento do algodão cujo plantio é assaz grande; um Colégio de Ensino primário e secundário grátis a todas as classes (Colégio particular, não tem ainda escola pública); trata-se de criar ainda uma grande sociedade para criação e seleção do gado vacum; várias indústrias etc., etc.”.
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“A fundação de Belo Campo começou em 1907, até então não existia uma só casa, era uma campina deserta, hoje, porém, é uma grande cidade, posto que não seja oficialmente. Chamava-se 'Chapada das Cacimbas'”.
“A topografia de Belo Campo não tem rival; clima ameno e salubérrimo, água límpida e permanente; existe muita ordem, reinando sempre a mais invejável placidez – é o único lugar nos sertões da Bahia onde o cidadão encontra legítima segurança de vida ou garantia individual. Não tem Polícia – todos habitantes trabalham mutuamente pela ordem e pelo progresso da localidade”.
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“Todos os habitantes de Belo Campo sabem ler e escrever; não existem escolas públicas – nem municipal nem Estadual, apesar de existir uma população escolar superior a seiscentos (Napoleão poderia estar se referindo aos meninos em idade escolar da Sede da Vila e das muitas fazendas vizinhas, a menos de uma légua da Vila) meninos de 7 a 14 anos de idade. O Colégio acima referido é mantido por uma associação beneficente sem a menor subvenção do Governo”.
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“Nunca fomos auxiliados nem direta nem indiretamente pelos poderes públicos”.
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“Belo Campo fica entre as Cidades de Conquista e de Condeúba, distante 14 léguas desta e 10 daquela cidade”.
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“O solo é exuberante, adapta-se a todo gênero de cultura, e a todas as espécies de criação vacum, cavalar, caprina, suína, lanígera, etc.”.
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“Existem grandes pastagens para engorda do gado para exportação, etc.”.
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“Descobrimos também a curta distância, uma enorme jazida de água-marinha, berilo, ametistas (Em solo belo-campense não se conhece nenhuma 'enorme jazida' dessas pedras, ocorrem apenas pequenas jazidas dessas pedras. Registra-se algumas lavras de pedras decorativas na região do Povoado do 'Bomba', na 'Ladeira do Pereira', na antiga estrada Conquista - Belo Campo e próximo ao Distrito de Quaraçu (Cândido Sales), junto a estrada Suçuarana - Quaraçu e, mesmo assim, de pequeno valor comercial, cujos produtos são destinados à construção civil), cujas pedras são de superior qualidade”.
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“Trata-se agora de abrir uma estrada de rodagem daqui para a Cidade de Conquista (60 Quilômetros), para o serviço de automóveis, cuja estrada será construída por uma associação particular”.
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“Por enquanto não existe ainda a maldita politicagem – esse morbo (Morbo (do latim Morbu) Estado patológico; doença, enfermidade) deletério (Deletério (do grego deletérios) Que corrompe, que destrói. Nocivo à saúde. Danoso, desmoralizador) que estiola, aniquila e mata!... Julgando, pois, que estes apontamentos a ligeiros traços possam mais tarde ter algum valor no que respeita a parte histórica desta partícula do grande Território Brasileiro, tomo, portanto, a ousadia de endereçá-los à Biblioteca Nacional que poderá acreditar na lídima sinceridade do que acima fica exarado por
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Praça Napoleão Ferraz

Napoleão Ferraz de Araújo”
Belo Campo (Conquista), 15 de abril de 1914.
Alto Sertão da Bahia.
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Nessa carta, Napoleão Ferraz, além de descrever a localidade, seu clima, sua vegetação, a educação e cultura e demais possibilidades econômicas, se refere a uma futura abertura de uma estrada de rodagem entre 'Belo Campo e Conquista'. Havia uma estrada aberta por Napoleão desde 1910 e era utilizada por pedestres e animais. O que pretendia Napoleão era 'abrir' uma nova estrada que permitisse o trânsito de automóveis para transportar, evidentemente, as mercadorias e passageiros.
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Segundo a tradição oral, foi no final do ano de 1910 que Napoleão Ferraz inaugurou a abertura da estrada para pedestres, mandando fazer um 'Cruzeiro' (Cruz) de grande proporção que foi levada em procissão pelo povo da nascente cidade até a entrada do Povoado do Periperizinho, onde ainda se encontra fixada em pedestal de alvenaria. Dizem os antigos moradores que a procissão foi muito longa, com quase um quilômetro de comprimento.
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Exagero, à parte, reflete-se sobre a possibilidade de haver muita gente para formar tão longa procissão. Conforme menciona Napoleão Ferraz na carta acima transcrita, havia centenas de casas (é claro, com centenas de moradores) na região e que, somente de meninos na idade escolar de 7 a 14 anos 'havia mais de seiscentos'. Por outro lado, leva-se em conta que as antigas procissões, especialmente as religiosas, eram feitas em duas 'filas indianas' (Fila de pessoas em andamento, dispostas umas atrás das outras, de modo que, cada pisa sobre as pegadas da que vai adiante, como fazem os índios americanos ao atravessar as matas), o que vem alongar as mesmas. Essa estrada ainda existe, apesar de estar, depois do lugar 'Periperizinho', quase que totalmente intransitável para veículos motorizados.
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Com a abertura da estrada que ligou Vitória da Conquista a Belo Campo, em 1936, passando por Iguá (Angicos), Campo Formoso (Panela) e Jatobá, passando pela encosta da Serra do Bomba, na entrada para a Região da Caatinga.
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A velha estrada para pedestres e animais, aberta pelo Coronel Napoleão Ferraz passou, desde então, a ser pouco utilizada e a falta de manutenção permitiu que o mato e a erosão danificassem a estrada que hoje é utilizada até a Fazenda de Sebastião Nunes Tigre.
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Essa estrada para pedestres, aberta por Napoleão Ferraz tinha o seguinte itinerário: Belo Campo, 'Cruzeiro', Periperizinho, Fazenda de Sebastião Nunes Tigre e Fazenda de Dário Soares Ferreira, chegando até o Povoado do Arrasto, rumando para o Povoado do Jatobá.
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Napoleão Ferraz na sua carta dirigida à Biblioteca Nacional relatou seus feitos e pretensões, contudo, parece-nos que em algumas partes cometeu pequenos exageros, por certo, prevendo o futuro, contudo, o fato é que tudo o quanto escreveu, foi uma verdade inconteste.
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Na atualidade a população de Belo Campo se serve da estrada asfaltada BA-263 que liga o Município de Urandí à BR-116, a Rio-Bahia, passando por Belo Campo e que foi inaugurada no dia 07 de março de 1998, pelo Governador da Bahia Dr. Paulo Ganem Souto.
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TRANSIÇÃO
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PERÍODO DE 1907 – 1914
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No período compreendido entre os anos de 1907 e 1914 havia em Belo Campo um setor comercial que, a cada dia, aumentava em quantidade e em variedade de mercadorias que eram oferecidas à população e, com isso, mais e mais pessoas passava a vir residir na nascente cidade pelas facilidades de se obter as imprescindíveis mercadorias do dia a dia das famílias.
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Os estabelecimentos comerciais se dividiam entre 'grandes' e 'pequenos', os grandes ofereciam além dos gêneros alimentícios, tecidos, armas, munição, ferramentas, remédios e utensílios diversos. Os estabelecimentos menores vendiam basicamente os diversos tipos de bebidas e eram denominados de botequim.
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Os estabelecimentos comerciais estavam sujeitos ao pagamento de impostos e vemos que, em 1908, Napoleão Ferraz, Miguel Lopes & Filho e ainda, Joaquim da Silva Leite já pagavam impostos (Livro de Inscrição de Renda, Fls. 4, Tabela 1, 1908, Código 8.2.08, depositado no Arquivo Municipal de Vitória da Conquista) sobre seus comércios, Napoleão pagava, anualmente, 28$000 (vinte e oito mil réis) e Miguel e Joaquim pagavam 12$500 (Doze mil e quinhentos réis).
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Entre os anos de 1908 e 1915 vamos encontrar em Belo Campo, muitos estabelecimentos comerciais em plena atividade, conforme constam nos Livros de Lançamento de Impostos (Livros depositados no Arquivo Municipal de Vitória da Conquista). e entre eles encontramos, com exceção dos 'botequins', os estabelecimentos dos seguintes proprietários:
. Antônio de Almeida Sampaio, Cícero Ferraz de Oliveira, Daniel Ferraz dos Santos, David Ferraz de Oliveira, Eufrodísio Nunes Ferraz, Exupério Antônio de Aderno, Firmino Pereira Lopes, Joaquim da Silva Leite, Napoleão Ferraz de Araújo, Otaviano Ferraz de Araújo, Pacífico Nunes Moitinho.
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PERÍODO TRANSIÇÃO DE 1915 – 1930
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Após o assassinato de Napoleão Ferraz de Araújo, ocorrido em 5 de abril de 1915, o Arraial de Belo Campo, passou por longo período de estagnação, sem liderança que pudesse continuar a obra deixada por seu fundador.
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O florescente Povoado de Belo Campo, sem ter quem o liderasse, em poucos anos perdeu totalmente a sua pujança inicial. Os habitantes, atemorizados, passaram a se sujeitarem ao comando dos coronéis de Vitória da Conquista que não estavam interessados no crescimento de Belo Campo e nem que surgisse uma nova liderança que pudesse novamente colocar em risco seus interesses políticos e comerciais.
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Após a morte dos irmãos Napoleão e Cícero, a apatia e o marasmo foram tomando conta das atividades comerciais, culturais e até mesmo sociais. O nascente Povoado que prometia ser o orgulho da região entrou em profunda decadência. Por ser um Distrito de Paz, Belo Campo foi contemplado com a instalação de Seção Eleitoral não mais necessitando os moradores desse Distrito se dirigir para outro local para votar.
A vida social e comercial praticamente se extinguiu, somente os movimentos políticos que aconteciam regularmente para a eleição dos cargos de Intendente (Prefeito), Conselheiros (Vereadores) de Conquista, e os de Deputados, Senadores e Presidente da República.
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Timidamente, Belo Campo continuou a se desenvolver com a instalação de uma escola mista (Livro de Atas do Conselho Municipal de Conquista, Sessão de 15 de fevereiro de 1915, Fls. 135, depositado no Arquivo Municipal de Vitória da Conquista, BA.) pública, com as atividades do Distrito de Paz criado em 1916 e com abertura de pequenos comércios.
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Apesar dos revezes, a população de Belo Campo foi aumentando paulatinamente, como também o comércio. Em 1918, surgiram novos comerciantes, entre eles: João Jerônimo dos Santos Flores, José Ferraz da Silva, Maximino José da Silva, Vicente dos Santos Borges e Honorina Ferraz de Oliveira Dantas. Na segunda metade da década de 20, o comércio se desenvolveu com maior intensidade. Além, dos comerciantes citados, surgiram outros:
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Amândio Andrade Santos, Antônio Fortunato Pereira Filho, Antônio José de Souza, Bernardino Gomes da Silva, Catulino Nunes Ferraz, Eufrodísio Nunes Ferraz, Exupério Antônio Aderno, Exupério Meira dos Santos, Inocêncio José da Silva, João Francisco dos Santos, João Jerônimo & (João) Ferreira, João Nunes de Oliveira, Jorge Joaquim Cayres, José da Rocha Borborema, José Joaquim Cordeiro, Justiniano Pereira de Oliveira, Levino Ferraz Viana, Manoel Camilo Pedreiro, Marcelino Madeiro de Oliveira, Marculino Carlos Pinheiro, Matias Veríssimo dos Santos, Maximino Madeiro de Oliveira, Miguel Lopes da Silva, Moisés Lacerda e Vicente José de Sant'Ana.
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PERÍODO TRANSIÇÃO DE 1930 – 1960
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Consta nos Livros de Lançamentos de Impostos de 1932, da Prefeitura de Vitória da Conquista, os nomes de novos comerciantes em Belo Campo, entre esses nomes destacaram:
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Antônio Fortunato Pereira Filho, Hennos Nunes Ferraz, Inocêncio José da Silva, João Ferreira dos Santos, João Francisco dos Santos, Jorge Joaquim Cayres, José Joaquim Cordeiro, Lídio Araújo, Manoel Vaz Sampaio, Melvina Silva, Pedro José Ribeiro, Satiro Antônio dos Santos.
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Foi somente a partir dos anos 40 e 50 que o Distrito de Belo Campo começou a se movimentar com maior intensidade, graças ao trabalho e aos esforços de alguns comerciantes do Distrito e outros que vieram de outras localidades, entre eles: .
Pedro Celestino dos Santos (1936), Almiro Ferraz de Almeida (1943), Saturnino Vieira (1942), Luiz Lopes de Andrade (1945), Hermes (Pensão Bahia – 1943), Domingos Dias da Rocha, Antônio Rodrigues, Pedro Matias, João Cirqueira de Carvalho (1938), Manoel Dias da Rocha, Pedro Alves Soares, Alfeu Borborema (Padaria – 1950), Marcionílio Francisco Ruas (1958).
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Desde a década dos anos 20 existia o Mercado Municipal (de madeira) e que ficava localizada no centro da atual Praça João Ferreira e ali permaneceu até os anos 50, sendo demolido após a construção de um Mercado em alvenaria.
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Dependente da Sede Administrativa – Vitória da Conquista – os serviços públicos eram ofertados de tempos em tempos e, assim, para incrementar o comércio em Belo Campo, o Prefeito de Vitória da Conquista Antonino Pedreira de Oliveira (Prefeito no período de 1947 a 1950. Em 1950 foi eleito Deputado Estadual para a Legislatura de 1950 a 1954. Recebeu o Título de 'Cidadão Conquistense'), foi um dos Prefeitos que mais colaborou para o desenvolvimento de Belo Campo: construiu um novo Mercado Municipal, o Açude (Em 1948 0 jornal 'O Combate' noticiou que os prédios escolares e o Açude de Belo Campo já estavam com verbas aprovadas pela Câmara Estadual (Assembleia Legislativa), requerida pelo Deputado Adriano Bernardes) e foram construídas as escolas rurais Anísio Teixeira (1948), a General Osório (1948), do Caititu do Bomba (Lei nº.. 7/48), tendo até mesmo providenciado um Serviço de Telefone (O jornal 'O Combate' de 02.06.1948, noticiou o telegrama do Governador Regis Pacheco recebido pelo Prefeito Antonino Pedreira, com a seguinte mensagem: 'Telefone para Belo Campo dependendo da população dar casa para instalação do mesmo') para Belo Campo e não se sabe porque o telefone não veio, a tradição oral diz que líderes políticos da cidade não acharam ser necessário...
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Por volta do ano de 1959 começou com maior intensidade, os movimentos políticos pró-emancipação do Distrito de Belo Campo e, para tanto, houve grande movimentação dos comerciantes, fazendeiros e pessoas influentes do Distrito, que se empenharam em procurar as lideranças políticas do Município de Vitória da Conquista e de Salvador, especialmente o Deputado Estadual Padre Luiz Soares Palmeira, que apresentou um Projeto de Lei, na Assembléia Legislativa, que propunha o desmembramento do Distrito de Belo Campo do de Vitória da Conquista.
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O Projeto de Lei de Emancipação Político-Administrativa apresentada pelo Deputado estadual Padre Luiz Soares Palmeira foi aprovado pelo Plenário da Assembleia, transformando-se na Lei Nº. 1.623, sancionada pelo Governador Juraci Magalhães, em 22 de fevereiro de 1962.
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A Lei estadual que emancipou o Distrito de Belo Campo, agora, oficialmente Município de Belo Campo, tinha uma área territorial muito grande, como consta no artigo 1º dessa Lei, cujos limites eram com os dos Municípios de Tremedal, Anagé, Vitória da Conquista, e com Encruzilhada e o Estado de Minas Gerais ao Sul.
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Essa área territorial pertenceu a Belo Campo, por cinco meses, até o dia 05 de julho de 1962, quando se deu a Emancipação Político-Administrativa de Cândido Sales, desmembrando-se do Município de Belo Campo, passando a ter seus limites com o Estado de Minas Gerais e com os Municípios de Tremedal e Encruzilhada. A área territorial de Quaraçu que era um Distrito de Belo Campo passou a ser, então, o Município de Cândido Sales.
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Napoleão Ferraz

Antiga Igreja de São Sebastião

           Fonte: Escritor Roberto Lettiere
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